Educação e neoliberalismo: interferências numa relação tirânica

Autores

  • Yáscara Michele Neves Koga
  • Evandro Ricardo Guindani

DOI:

https://doi.org/10.47456/simbitica.v4i2.19615

Resumo

Resumo: Este artigo explicita uma reflexão em torno das políticas educacionais e sua relação com o sistema econômico, mais precisamente com o capitalismo que, a partir da década de 1980, assumiu uma configuração neoliberal mais agressiva e tirânica, interferindo diretamente nas determinações educacionais. Num primeiro momento, aborda-se o contexto internacional dessa relação e, posteriormente, as determinações desse contexto internacional nas políticas educacionais brasileiras e suas relações com a meritocracia, configurando uma responsabilização individual para o sucesso ou fracasso das demandas educacionais. Muitos conceitos e concepções de homem e de sociedade são construídos no campo econômico e posteriormente impostos e legitimados no campo educacional. A tirania das determinações econômicas apresenta-se como pano de fundo.

Palavras-chave: Educação; Neoliberalismo; Tirania; Determinações.

 

Resumen: En este artículo se explica una reflexión en torno a las políticas educativas y su relación con el sistema económico, más precisamente el capitalismo que, desde la década de 1980, tomó una configuración neoliberal más agresiva y tirânica, interfiriendo directamente en las determinaciones educativos. En un primer momento, se aborda el contexto internacional de esta relación y, posteriormente, la determinación de este contexto internacional en las políticas educativas de Brasil y sus relaciones con la meritocracia, creación de una responsabilidad individual para el éxito o el fracaso de las demandas educativas. Muchos conceptos y concepciones del hombre y la sociedad se construyen en el campo económico y luego son impuestas y legitimadas en el campo educativo. La tiranía de las determinaciones económicas se presenta como telón de fondo.

Palabras clave: Educación; Neoliberalismo; La Tiranía; Determinaciones.

 

Abstract: This article explains a reflection around the educational policies and their relation to the economic system, more precisely capitalism that, from the 1980s, took a more aggressive neoliberal configuration and tyrannical directly interfering in educational determinations. At first, it addresses the international context of this relationship and subsequently the determination of this international context in Brazilian educational policies and its relations with the meritocracy setting up an individual responsibility for success or failure of educational demands. Many concepts and conceptions of man and society are built in the economic field and then imposed and legitimized in the educational field. The tyranny of economic determinations is presented as a backdrop.

Keywords: Education; Neoliberalism; Tyranny; Determinations.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Yáscara Michele Neves Koga

Graduada em História, Mestre e Doutora em Educação. Professora Adjunta da Universidade Federal do Pampa, na cidade de São Borja-RS – Brasil.

Evandro Ricardo Guindani

Graduado em Filosofia; Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Educação. Professor Adjunto da Universidade Federal do Pampa, na cidade de São Borja-RS – Brasil.

Referências

AZEVEDO, M. C. (1993). “Não moderno, moderno e pós-moderno”. Revista de Educação AEC, Brasília, DF, v. 22, n. 89, pp.19-35, out./dez.

BARROSO, J. (2005). “O Estado, a educação e a regulação das políticas públicas. Revista Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 92, pp.725-751, Especial - Out.

BIANCHETTI, Roberto G. (1999). Modelo neoliberal e políticas públicas. 2. ed. São Paulo: Cortez.

BOURDIEU, P. (2001). Meditações pascalianas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

CHAUI, M. (2001). Escritos sobre a universidade. São Paulo: Unesp.

CUNHA, Marcos Vinicius (2001). John Dewey: a utopia democrática. Rio de Janeiro: DP&A.

DIAS SOBRINHO, José (2012). “Políticas Conceptos y de calidad: dilemas y retos”. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior. Campinas, Sorocaba, v. 17, n. 3, novembro. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-40772012000300003 - Acesso em: 9 abr. 2016.

FORD, Henry (1954). Os princípios da prosperidade. Rio de Janeiro: Brand.

FRIGOTTO, G. (1995). “Os delírios da razão”. In: GENTILI, P. (Org.). Pedagogia da exclusão. Petrópolis: Vozes, pp.77-108.

FRIGOTTO, G; CIAVATTA, Maria (2003). “Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação ativa e consentida à lógica do mercado”. Revista Educ. Soc., Campinas, v. 24, n. 82. Acesso em: 23 jan. 2013. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?=S0101-73302003000100005&lng=pt&nrm=iso

MACHADO, L. R. S. (1993). “Controle da qualidade total: uma nova gestão do trabalho, uma nova pedagogia do capital”. Extra Classe em Revista, Minas Gerais, v. 2, n. l, out.

MELLO, G. N. (1999). Formação inicial de professores para a educação básica: uma revisão radical. São Paulo: MEC, out./nov. Documento principal: versão preliminar para discussão interna. Datilografado.

MENDES SEGUNDO, Maria das Dores (2007). “Educação para todos: a política dos organismos internacionais”. In: JIMENES, S. et al. Contra o pragmatismo e a favor da filosofia da práxis: uma coletânea de estudos classistas. Fortaleza: Eduece, pp.135-154.

MÉSZÁROS, I. (2005). A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo Editorial.

MORAES, A. S. (1996). “Educação permanente: a saída para o trabalhador na era da qualidade total”. Rev. Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 77, n. 185, pp.33-51, jan./abr.

OLIVEIRA, D. A. (2003). “As reformas educacionais e suas repercussões sobre o trabalho docente”. In: ______. (Org.). Reformas educacionais na América Latina e os trabalhadores docentes. Belo Horizonte: Autêntica, pp.13-35.

PERONI, V. (2003). Política educacional e papel do Estado: no Brasil dos anos 1990. São Paulo: Xamã.

SHIROMA, Eneida O.; MORAES, Maria C. M.; EVANGELISTA, Olinda (2007). Política educacional. 4. ed. Rio de Janeiro: Lamparina.

SILVA, Tomaz T. da e GENTILI, Pablo (1996). Escola S.A. Quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo. Brasília: CNTE.

SMITH, A. (1937). A riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Círculo do Livro.

TORRES, Rosa Mª (2000). “Melhorar a qualidade da educação básica? As estratégias no Banco Mundial”. In: TOMMASI, L. de; WARDE, M. J.; HADDAD, S. (Orgs.). O Banco Mundial e as políticas educacionais. São Paulo: Cortez, pp.129-186.

Downloads

Publicado

02-07-2018

Como Citar

Koga, Y. M. N., & Guindani, E. R. (2018). Educação e neoliberalismo: interferências numa relação tirânica. Simbiótica. Revista Eletrônica, 4(2), 87–103. https://doi.org/10.47456/simbitica.v4i2.19615

Edição

Seção

Artigo