O estado de exceção como fator distópico na obra O processo, de Franz Kafka

Autores

  • Luiz Fernando Soares Pereira UFES

Resumo

O objetivo desse projeto e comunicação é explanar a presença do estado de exceção na obra distópica O Processo, escrita em 1925 por Franz Kafka. O estudo pretende aprofundar-se no inquérito movido contra o Senhor K, que mesmo sem saber do que se trata, precisa se defender, e o faz – traçando duras críticas ao sistema de justiça – levantando vários aspectos de abuso de poder cometido pelo judiciário que conduz o processo. Pretendo analisar o contexto
histórico da obra, as influências históricas sobre o autor e como o estado de exceção pode ser visto como um fator distópico, na qual um determinado regime totalitário submete um indivíduo ou um grupo da sociedade, valendo-se da tirania. O conceito de distopia já vem sendo trabalhado há algum tempo na literatura, com obras como O Presidente Negro, de Monteiro Lobato; 1984, de George Orwell; Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, além de várias obras
cinematográficas como Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick; Matrix, das irmãs Wachowski, e Frankenstein, de Mary Shelley. O trabalho analisa o estado de exceção como fator distópico presente na obra O Processo, de Franz Kafka. Utilizando-me do conceito de distopia, e com o intuito de aprofundar o estudo sobre o estado de exceção, usarei Giorgio Agamben, em sua obra Estado de Exceção, que me dará um suporte teórico sobre os abusos de poder usado pelo sistema judicial, pois para ele, em sua obra Estado de Exceção, “O estado de exceção é um espaço anônimo onde o que está em jogo é uma força-de-lei sem lei”. A intenção é trazer à luz do estudo historiográfico, a situação do personagem Senhor K que sofre com a perseguição do judiciário. Para discutir o totalitarismo, usarei Hannah Arendt, que a respeito dos direitos dos homens afirma, em sua obra Origens do Totalitarismo, que num regime totalitário a lógica existente é a tirania, que anseia pela submissão dos homens como processo sem fim, na qual o indivíduo é submetido a renunciar à sua liberdade interior e também a liberdade externa, bem como os seus direitos e exercícios políticos. Pretendo traçar um debate e uma reflexão sobre muitas das injustiças que são cometidas e praticadas, não só em regimes totalitários, mas também em países de governos democráticos.

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Publicado

08-08-2018

Edição

Seção

Anais da Semana de História