Entre o cultural e o político: as 'Epistulae Heroidum', de Ovídio, à luz dos estudos de gênero (I a.C.-I d.C.)

Autores

  • Mariana Carrijo Medeiros

DOI:

https://doi.org/10.17648/rom.v0i8.15165

Palavras-chave:

Epistulae Heroidum, Ovídio, Relações de gênero, Principado de Augusto

Resumo

O que hoje compreendemos como naturalização e construções culturais, sociais, políticas e históricas dos sexos feminino e masculino também foram praticadas, incessantemente, na Antiguidade Clássica. Levando-se em consideração que os estudos de gênero, em sintonia com a História Cultural e Política, nos possibilita historicizar tais relações e investigar as formas como cada sociedade as construíram, propomo-nos, no presente artigo, a realizar considerações acerca dos modelos ideais de cidadão e de matrona romana (re)construídos ao longo do Principado de Augusto e a forma como estes modelos estão presentes em Epistulae Heroidum, do poeta latino Ovídio (I a.C./ I d.C.). Optamos por realizar nossas considerações a partir dos tópoi recorrentes nesta obra, por acreditarmos que eles auxiliaram na naturalização, nas tentativas de homogeneização e na atribuição do que é ser homem e do que é ser mulher nesta sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Documentação textual

COLUMELA. De Agricultura. Traducción de D. Juan Maria Alvarez de Sotomayor y Rubio. Madrid: Imprenta de D. Miguel de Burgos, 1824.

OVID. Heroides/Briefe der Heroinen. Trad. Detlev Hoffmann; Christoph Schliebitz; Hermann Stocker. Germany: Reclam, 2009.

OVÍDIO. Cartas de las heroínas. In: OVÍDIO. Cartas de las heroínas y Ibis. Traducción de Ana Pérez Vega. Madrid: Gredos, 1994.

OVÍDIO. Cartas de amor: as heróides. Tradução de Dunia Marinho Silva. São Paulo: LandyEditora, 2007.

OVÍDIO. Lettere di heroine. Traduit par Gianpiero Rosati. Milano: Rizzoli, 2011.

TITO LÍVIO. Historia romana. Tradução de Francisco Montes de Oca. Ciudad de México: Porrúa, 2006.

Obras de apoio

ACHCAR, F. Lírica e lugar-comum. São Paulo: Edusp, 1994.

BRUN, J. O estoicismo. Lisboa: Edições 70, 1972.

CARVALHO, M. M. de. Atividades de formação e produção científica em História Antiga. Hélade, p. 37-41, 2001. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2016.

CENERINI, F. La donna romana: modelli e realtà. Bologna: Il Mulino, 2009.

CORDEIRO, W. P. Tópoi elegíacos nas Heroides de Ovídio. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2013.

DUBY, G.; PERROT, M. Escrever a história das mulheres. In: DUBY, G.; PERROT, M. (Org.). História das mulheres no Ocidente: a Antiguidade. Porto: Afrontamento, 1990.

FAVERSANI, F. A pobreza no Satyricon, de Petrônio. Ouro Preto: Edufop, 1999.

FAVERSANI, F.; FEITOSA, L. Sobre o feminino e a cidadania em Pompéia. Barcelona: Pyrenae, 2002-2003.

FEITOSA, L. M. G. C.; GARRAFFONI, R. S. Dignitas and infamia: rethinking marginalized masculinities in early Principate. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 2010.

FUNARI, P. P. A. A importância de uma abordagem crítica da História Antiga nos livros didáticos escolares. Hélade, v. 2, n. 2, p. 25-29, 2001. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2016.

GREENE, E. Gender and elegy. In: GOLD, B. K. (Ed.). A companion to Roman love elegy. Oxford: Wiley-Blackwell, 2012, p. 355-372.

GUARINELLO, N. L. História antiga. São Paulo: Contexto, 2013.

HALLET, J. P. Women in Augustan Rome. In: JAMES, S. L.; DILLON, S. (Ed.). A companion to women in Ancient World. London: Blackwell Publishing, 2012, p. 372-384.

HARDIE, P. Ovid and early imperial literature. In: HARDIE, P. (Ed.). The Cambridge companion to Ovid. Cambridge: University Press, 2002, p. 34-45.

HIDALGO DE LA VEGA, M. J. Las emperatrices romanas. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 2012.

KENNEDY, D. F. Love’s tropes and figures. In: GOLD, B. K. (Ed.). A companion to Roman love elegy. Oxford: Wiley-Blackwell, 2012, p. 189-203.

KOSELLECK, R. Futuro passado. Rio de Janeiro: EDPUC-RIO, 2006.

LEVICK, B. Women and law. In: JAMES, S. L.; DILLON, S. (Ed.). A companion to women in the Ancient World. London: Blackwell Publishing, 2012, p. 96-106.

MILES, R. Communicating, culture, identity and power. In: HUSKINSON, J. (Ed.) Experiencing Rome. London: Routledge, 2005, p. 29-62.

MOLES, A. A. Introdução: racionalidade pobre e cientificidade mínima. In: MOLES, A. A. (Org.). As ciências do impreciso. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995, p. 15-58.

NÉRAUDAU, J. P. Prefácio. In: OVÍDIO. Cartas de amor: as heróides. São Paulo: Landy, 2007.

REIS, J. C. As identidades do Brasil: de Calmon a Bomfim. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006. v. 2.

RIESS, W. Rari exempli femina: female virtues on roman funerary inscriptions. In: JAMES, S. L; DILLON, S. (Ed.). A companion to women in the Ancient World. London: Blackwell, Publishing, 2012, p. 491-501.

RÜSEN, J. A reconstrução do passado: os princípios da pesquisa histórica. Brasília: Editora UnB, 2010.

______. Pode-se melhorar o ontem? Sobre a transformação do passado em história. In: SALOMON, M. (Org.). História, verdade e tempo. Chapecó: Argos, 2011, p. 259-290.

SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.

THOMAS, Y. A divisão dos sexos no Direito romano. In: DUBY, G.; PERROT, M. (Org.). História das mulheres no Ocidente: a Antiguidade. Porto: Afrontamento, 1990, p. 127-201.

Downloads

Publicado

30-12-2016

Como Citar

MEDEIROS, Mariana Carrijo. Entre o cultural e o político: as ’Epistulae Heroidum’, de Ovídio, à luz dos estudos de gênero (I a.C.-I d.C.). Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, [S. l.], n. 8, p. 51–69, 2016. DOI: 10.17648/rom.v0i8.15165. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/15165. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Fontes para o estudo da Antiguidade: materiais e métodos